sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A dor de existir...

Hoje depois de ler o trecho de Adélia Prado, copiado abaixo, foi impossível conter as lágrimas - chorei. Fiquei com raiva! Por que, as vezes, sinto a vida como uma fissura pujante, cheia de pus?

Não queria ver, nem ouvir, nem sentir...

Queria apenas comentar empolgada com os transeuntes aglomerados o fato extraordinário: "O ônibus da 'Meninada Fantástica' subiu a avenida principal da cidade." Matozinhos existe!

"O velho da roça perguntou: - Quanto é a batata, moço? - É dez. - Lá embaixo tem de oito, falou querendo mais parecer cidadão. - Por que não comprou lá embaixo, então? O velho acomodou aquilo como pôde na capanga vazia e engoliu em seco, de repente mais fino, mais murcho, a cabeça dele parecendo a cabecinha de um boneco com um chapéu. Deu um passo atrás, ainda olhando pro dono, e saiu como um cachorro. Glória largou suas compras no balcão, enojada de suas batats, de seu pacote de manteiga, do seu miserável poder de comprar coisas a Cr$ 10,00 o quilo e ser tratada como primeira-ministra pelo boçal avarento."Adélia Prado, Cacos para um vitral

Por vezes não me sinto em casa no mundo! Parece-me haver algo desconectado...

Lalua
porque a lua tem fases, mas em todas ainda é lua

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