sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A dor de existir...

Hoje depois de ler o trecho de Adélia Prado, copiado abaixo, foi impossível conter as lágrimas - chorei. Fiquei com raiva! Por que, as vezes, sinto a vida como uma fissura pujante, cheia de pus?

Não queria ver, nem ouvir, nem sentir...

Queria apenas comentar empolgada com os transeuntes aglomerados o fato extraordinário: "O ônibus da 'Meninada Fantástica' subiu a avenida principal da cidade." Matozinhos existe!

"O velho da roça perguntou: - Quanto é a batata, moço? - É dez. - Lá embaixo tem de oito, falou querendo mais parecer cidadão. - Por que não comprou lá embaixo, então? O velho acomodou aquilo como pôde na capanga vazia e engoliu em seco, de repente mais fino, mais murcho, a cabeça dele parecendo a cabecinha de um boneco com um chapéu. Deu um passo atrás, ainda olhando pro dono, e saiu como um cachorro. Glória largou suas compras no balcão, enojada de suas batats, de seu pacote de manteiga, do seu miserável poder de comprar coisas a Cr$ 10,00 o quilo e ser tratada como primeira-ministra pelo boçal avarento."Adélia Prado, Cacos para um vitral

Por vezes não me sinto em casa no mundo! Parece-me haver algo desconectado...

Lalua
porque a lua tem fases, mas em todas ainda é lua

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ah esse tal feminino

Ah, esse tal feminino. Que intensifica com o tempo. Força, que aparece sei lá de onde. Fragilidade tamanha, que desconcerta. Certeza de desejos e dúvida de escolhas. Um eterno encouraçar-se, na insistência do desarmar-se. Me vem à mente Diadorim, de Guimarães Rosa. Mas o que quero deixar hoje com vocês é uma frase do amigo e grande amor de Diadorim, Riobaldo.

Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou – amigo – é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê que é. Amigo meu era Diadorim...

Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas, 172-173.
Renata

De mulher... para homens e mulheres!


"Há pessoas cujos corpos nos apelam. No futuro se poderá fazer sem escândalo o que desejei fazer agora, pensou ela, tocar o homem, reter sua mão, à toa, só porque é bom, porque o sangue gosta. Dentro de igreja ou não."
Adélia Prado, Cacos para um Vitral

Há corpos pedindo carinho
Há corpos sedentos de afeto
Há aqueles que querem mesmo é sustança
para se manter em pé
sorrir para a vida
dançar um samba
Há corpos femininos
grandes, pequenos
pueril
Há corpos...
e há marcas,
sinais de sofrida vida
de lutas embrenhadas contra toda sorte de mal,
mas há muita beleza
pois a vida é carne...
Lalua
porque a lua tem fases

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Na liberdade e no amor...

Eu me achego devarinho, assustada, bem a moda mineira. Esse trem de blog é novo para mim.

O Rodrigo, um amigo em comum, perguntou: amores ou amigos? No susto responde, "amores". Mas quando começa um e termina o outro. Não são nossos amores os nossos amigos e os nossos amigos nossos grandes amores?!

Vocês, amigas amadas, são minhas amigas-amores.

Lauina,
"porque sou feita para o amor da cabeça aos pés..."

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A VIDA É UMA SURPRESA!
A VIDA É FEITA DE SURPRESAS BOAS!
ACEITO O CONVITE PARA PARTICIPAR DESTE BLOG PENSANDO QUE SERIA MAIS UMA ATIVIDADE NA MINHA VIDA.
ENGANO. ENGANO.
ESTE É UM BLOG PARA SALVAR A MINHA VIDA. SALVAR DA MESMICE, DOS ESTRANHAMENTOS, DOS PRECONCEITOS, DA ROTINA, DOS DESENCONTROS, DA FALTA DE TERNURA...
TERNURA É O QUE MAIS TENHO QUANDO ENCONTRO ESSAS MULHERES. NOSSOS ENCONTROS ACONTECEM SEM JULGAMENTOS, COM RESPEITO, NA VERDADE E COM AMOR. CONHEÇO CADA UMA DE FORMA DIFERENTE E NA DIVERSIDADE NOS COMPLETAMOS, SEM NECESSIDADE DE INVADIR O ESPAÇO DA OUTRA.
ESTOU FELIZ E ACREDITANDO NESTA NOVA EXPERIÊNCIA DE ESTAR PERTO DE VOCÊS.
Flávia

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um convite a se interessar...

 "O que é belo
é belo aos olhos
e basta.
Mas o que é bom
é subitamente belo".
(Safo de Lesbos).

Este não é um blog feminista.
Este não é um blog machista.
Não é um blog político, nem ideológico.
Não queremos sustentar qualquer tipo de "bandeira" - mas também não vagamos vazias, ao léu.

Somos mulheres que se interessam por sentir e saborear todas as coisas... Aqui proporemos um espaço de partilha das nossas experiências de beleza, de verdade, de realidade, diante do (e no) mundo. Nada muito diferente de toda gente. Buscamos SER. Em plenitude. E essa plenitude, essa "completude", inclui esse inegável: Ser Mulher. Com todas as peculiaridades e vicissitudes.

Há algum tempo conheço essas mulheres incríveis... Carla, Cíntia, Flávia, Lauína, Lucimélia, Midori e Renata... Talvez uns 4, 5 anos... Mulheres inteligentes, incessantes, sensíveis, fortes - e femininas. Posso dizer do quanto aprendi de Ser Mulher com cada uma delas! Não é nada de cunho sexista, muito menos sexual: é existencial mesmo... Ao pensar em todas as mesmo tempo, enxergo entre todas um elo de inteligência-beleza-profundidade que consegue reunir suas diversidades. Diversidade!

Carla, mulher da jovialidade, da busca.
Cíntia, mulher da inquietude, do sorriso.
Flávia, mulher da doçura, do aconchego.
Lauína, mulher da beleza, do amor.
Lucimélia, mulher da proteção, da entrega.
Midori, mulher da delicadeza, do abraço.
Renata, mulher da natureza, da alegria.


A vocês, meninas, mulheres, dialogantes, dedico este primeiro post e convido-as a presentar-nos com suas presenças aqui. :)